Dicas de Cordel

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GALOPE À BEIRA MAR

Em seu livro - Cartilha do Cantador - o professor e escritor Aleixo Leite descreve da seguinte maneira o Galope à beira mar: foi uma criação do cantador José Pretinho, do Crato-CE, sendo aprimorado por João Siqueira Amorim e José Virgulino de Sousa (Mergulhão) – 1908-1939). Cadência em compasso ternário, e por três vezes seguidas, com o último em binário abreviado, dando a ideia de parada rápida do galope do cavalo. É composto por dez pés em hendecassílabo, obedecendo à rima da décima: ABBAACCDDC, terminando pelo refrão na beira do mar, ou nos dez de galope da beira do mar, ou cantando galope na beira do mar”.

Entendemos que a poesia popular processa-se através de um universo de riquezas artísticas imensuráveis, as quais se diversificam por caminhos múltiplos como o da música e o do teatro, além do texto poético em si mesmo, o qual se oferece para a abordagem dos mais variados assuntos. Por esse percurso cheio de contornos criativos, a poesia do Cordel e do Repente formam um gênero textual dos mais ricos para serem explorados pela educação. A seguir um exemplo desse embalo suave do Galope à Beira Mar.

É NA COPA DO CÉU QUE EU VEJO O FULGOR
E O SORRISO DA COR DO BRILHO DA ESTRELA
ESPERO QUE ESSA NOITE INDA POSSA VÊ-LA
PARA DECANTÁ-LA NAS PROSAS DE AMOR
TRAZÊ-LA EM MEUS VERSOS, POIS SOU CANTADOR
QUE CANTA DE NOITE OLHANDO O LUAR
QUE VÊ NO INFINITO PERPENDICULAR
O TRAÇO DO ENCONTRO COM O HORIZONTE
DEITÁ-LA NA AREIA E BANHÁ-LA NA FONTE
NOS DEZ DE GALOPE DA BEIRA DO MAR.

Abdias Campos

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